Depressão na gravidez / Depression during pregnancy

A gravidez não protege a mulher dos distúrbios de humor. A depressão na gravidez tem sido relativamente negligenciada. É importante que os clínicos sejam capazes de separar os sintomas de depressão dos sintomas de gravidez, caso contrário a depressão não será diagnosticada. As drogas do grupo ISRS (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) são os antidepressivos mais frequentemente prescritos. Supunha-se que estas substâncias não eram teratogênicas, mas novos relatos de complicações do seu uso fizeram com que o US Food and Drug Administration e o Health Canadá advertissem que paraxetina pode aumentar o risco de graves complicações congênitas, e que estas drogas, como grupo, devem ter sua dose diminuída nos últimos 7 - 10 dias antes do parto para evitar a síndrome de má adaptação neonatal. No entanto, depressão sem tratamento adeqüado pode levar a séria morbidade materna e ser prejudicial para o recém-nascido. Decisões de riscos-benefícios devem ser avaliadas caso por caso.

Tratamento do endometrioma ovariano: opções, resultados e conseqüências / Treatment of ovarian endometriomas: options, results and consequences

O endometrioma é uma forma de apresentação localizada da endometriose, afetando principalmente os ovários. O diagnóstico é sugerido pela história clínica da paciente e por estudos ultrasonográficos. O risco de malignização é baixo. As opções de tratamento incluem conduta expectante, terapia medicamentosa ou cirúrgica. O tratamento tem como objetivo o alívio da dismenorréia, da dor pélvica e/ou restabelecimento da fertilidade. O tratamento medicamentoso é geralmente feito usando o GnRH. As técnicas cirúrgicas mais usadas são a cistectomia e a vaporização. A excisão dos endometriomas ovarianos está associada a uma redução significante da reserva ovariana. A recorrência é mais freqüente nas técnicas que conservam a pseudocápsula. O endometrioma influi negativamente nos resultados da FIV, porém não de maneira significante

A Progesterona na inibição do parto prematuro / Progesterone in the inhibition of preterm delivery

A progesterona tem um papel importante e bem estudado na fase inicial da gravidez. Por outro lado, sua função nos mecanismos do parto normal a termo ainda não está bem definida. Nos primatas, em oposição ao que sucede em outros mamíferos, não ocorre queda nos níveis plasmáticos da progesterona no início do trabalho de parto; para explicar isto, foram propostos mecanismos parácrinos de ativação do útero gravídico, de difícil estudo por motivos éticos. A definição do papel da progesterona no parto prematuro torna-se mais difícil pois este tipo de parto representa uma síndrome de causas variáveis. Estudos com o uso de progesterona para impedir a recorrência de parto prematuro mostram resultados animadores. Ainda há muita preocupação com esse uso por falta de estudos que determinem a dose ideal, a duração do tratamento e o acompanhamento a longo prazo dos neonatos de mães que receberam esta terapia

Prevenção e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa / Prevention and treatment of osteoporosis in postmenopausal women

A osteoporose afeta milhões de pessoas no mundo inteiro mesmo sendo uma condição que pode ser prevenida e tratada. Vários fatores de risco já foram identificados. A perda de massa óssea pode ser retardada ou mesmo revertida se fatores de risco tais como vida sedentária, tabagismo, dentre outros, forem identificados e afastados. A densidade óssea deve ser avaliada em mulheres de risco acentuado para fraturas, nas que apresentam deformidades vertebrais observadas em radiografias da coluna e naquelas com antecedentes de fraturas relacionadas à osteoporose. As mulheres que estão sujeitas a forte risco de fraturas devem ser tratadas, sendo importante selecionar o tratamento apropriado. Existem vários tipos de drogas que provocam um aumento na densidade óssea cabendo ao clínico a escolha da terapêutica mais adequada para a sua paciente

Risco de trombose com anticoncepcionais hormonais orais / Risk of thrombosis with oral contraceptives

Trombose venosa, infarto de miocárdio e acidente vascular encefálico foram associados com o uso dos anticoncepcionais orais (ACO) quase que desde o início do uso destas drogas. Estas observações provocaram vários estudos e levaram ao desenvolvimento de ACO com baixa dose de estrogênio. Vieses foram atribuídos a esses estudos. Por razões éticas, não existem estudos prospectivos com dois grupos, um dos quais sendo tratado com placebo. Supunha-se que o componente progestágeno dos ACO não contribuía para o aumento do risco de trombose. Estudos mais recentes mostram maior risco de trombose venosa com os progestágenos de terceira geração. O fator V de Leiden, protrombina 20210, deficiências de proteína C e S são algumas condições associadas com o aumento de trombose venosa nos usuários de ACO. O tabagismo aumenta o risco de trombose arterial. Prudência na prescrição de ACO ajuda na prevenção da trombose

Células do cordão umbilical: um potencial terapêutico / Cells of the umbilical string: a potential therapeutic

O transplante de células-tronco foi inicialmente usado no tratamento de deficiências imunológicas, neoplasias hematológicas e aplasias medulares e, hoje, em outras condições, tais como talassemia ou anemia falciforme. O principal fator limitante para a quantidade transplantes alogênicos realizados é a disponibilidade de doadores. As células do sangue do cordão umbilical (CSCUs) são hoje reconhecidas como uma fonte de células-tronco hematológicas, principalmente para crianças, mas também para adultos. As vantagens das CSCUs comparadas com outras fontes de células-tronco incluem disponibilidade maior, ausência de risco para o doador e redução da rejeição (graft versus host disease). Todos estes fatos levaram ao desenvolvimento de bancos que criopreservam as CSCUs, principalmente na Europa e nos EUA. Problemas éticos e legais envolvem as CSCUs, como o direito de propriedade e da privacidade. É necessário que se criem políticas públicas para tornar as CSCUs mais facilmente desponíveis para transplante

Acetato de tamoxifeno como indutor de ovulação / Tamoxifen and ovulation induction

Em 1960 drogas não-esteróides com efeito antiestrogênico foram identificadas como possíveis contraceptivos orais. No entanto verificou-se que o seu uso induzia a ovulação em mulheres anovulatórias, e as pesquisas então se direcionaram para este campo. O acetato de clomifeno já é amplamente usado com este propósito. O acetato de tamoxifeno, pelo efeito importante antiestrogênico no tecido mamário, é considerado como droga de primeira linha no tratamento hormonal de câncer de mama assim como na prevenção primária das mulheres pós-menopausadas com alto valor de risco relativo para este câncer. Além da semelhança estrutural entre o tamoxifeno e clomifeno, vários estudos demonstraram taxas de ovulação semelhante com o uso de ambas as drogas. Neste trabalho revisamos a literatura para identificar as situações de indicação do uso do acetato de tamoxifeno após o insucesso do clomifeno ou como droga de primeira opção na indução de ovulação